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A denominação 'Joãozinho do passo certo" ganhou quando ainda era criança. Era do contra por natureza. A teimosia gratuita sempre foi a sua principal característica. Tanta revolta e toxicidade, não se sabe o motivo. Esse comportamento, talvez explique o porquê dos poucos amigos. À medida que crescia, esses sentimentos se tornavam mais agressivos. Ele acreditava que o mundo era contra ele. A inferioridade foi dando lugar à arrogância. Na defesa do seu ponto de vista valia tudo, desde um bodocaço, como fazia quando era criança, às palavras ofensivas e debochadas e ao partir para as vias de fato. O desejo do Joãozinho era inverter a lógica do mundo. No seu mundo particular, dentro da sua bolha, aumentavam os sonhos de dominação. Joãozinho do passo certo virou presidente da República, ante a incredulidade de todos aqueles que conheciam suas ideias preconceituosas. Diante da desesperança acenou com o combate das principais mazelas da sociedade. Criou esperanças e expectativas de justiça e progresso. Buscou aliados indiscutíveis, se valendo inclusive do nome de Deus, na minha opinião, em vão. Assumiu assim, a figura do enviado, do messias, do mito. Os seguidores, cegamente, tomaram para si as suas verdades e a sua defesa. Desde o princípio, Joãozinho, com maestria, acirrou o radicalismo. A nação dividida se fragmentou, uma cisão polarizada e cega. Na incapacidade de unir, o presidente Joãozinho lançou mão do autoritarismo, apesar, da boca "pra" fora, defender as liberdades. Transformou o país em uma ilha. Desconstruiu a ciência, a educação, a cultura, a saúde e o meio ambiente. Ou seja, todas as áreas que promovem melhorias sociais e reduzem desigualdades. A economia virou prioridade absoluta. Tomado pela ganância e pela sede de poder, amparado por apoiadores que só enxergam, comem e amam dólares, relegou pessoas, em especial velhos e pobres, à condição de prejuízo, portanto não importava se morressem. O país, que já era desigual, instituiu a desigualdade como bandeira. Foi, então, que uma pandemia sem precedentes assolou o país. Os países de todos os continentes contabilizavam seus mortos aos milhares. Era preciso fazer alguma coisa. Sem vacina e sem tratamento específico, a saída mundial foi o isolamento preventivo. Orientação adotada também no país do Joãozinho. O ministro da área e sua equipe começou a mobilizar a população. Assombrado pelos seus fantasmas, Joãozinho do passo certo resolveu negar tudo e todos. Do alto de sua arrogância e ignorância, desqualificou a doença e a transmissão, ao ponto de superlativar seu povo como uma super raça. Um caso de estudo, afirmou. Negou e menosprezou a doença, a ciência e as recomendações médicas. Eco reverberado pelo rebanho de seguidores. Tomara que o desatino, a tirania e a sede cega de poder do Joãozinho do passo certo não transforme cifrões em corpos. Vidas não têm preço. Toda a vida é importante. #ficaemcasa